Castañeda cobra de Brasil reação mais dura a ações contra relatoria da OEA

Ex-chanceler do México, o escritor Jorge Castañeda cobrou do governo brasileiro uma reação mais dura contra a tentativa de governos latino-americanos de tentar desmobilizar a relatoria da OEA (Organização dos Estados Americanos) para a Liberdade de Expressão. Ele classificou a situação de "escandalosa". De acordo com Castañeda, os governos que atuam contra a relatoria são especialmente os da Alba (Aliança Bolivariana para as Américas), liderada por Venezuela, Bolívia, Cuba e Equador."É escandaloso que existam governos, especialmente da Alba, que queiram desmobilizar a relatoria. Eu gostaria de ver um posicionamento mais firme do Brasil em relação a esta questão", afirmou o ex-chanceler, em palestra na 68º Assembleia Geral da SIP (Sociedade Interamericana de Imprensa), que acontece neste sábado (13) em São Paulo. Castañeda citou nominalmente a presidenta Dilma Rousseff (PT) e os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Fernando Henrique Cardoso (PSDB) como os responsáveis pela falta de ação internacional do Brasil neste tema. "Logo eles que tanto lutaram pelas liberdades democráticas no país." "O Brasil tem liberdade de imprensa, o que é louvável, mas por que não diz isso na OEA, na relatoria, na Corte Interamericana de Direitos Humanos? A presidenta Dilma, antes dela o presidente Lula e, antes dele, Fernando Henrique Cardoso, todos deveriam ter feito isso. E deveriam se orgulhar, até pela luta que empreenderam para isso", afirmou. O mexicano criticou também a falta de concorrência no setor de comunicação na América Latina. Para ele, há grande concentração de poder e de audiência em poucos veículos e os países e a própria imprensa deveriam atuar para combater isso. "Existe uma falácia de que, com as redes sociais, isso [a falta de concorrência] acabou. As redes sociais não substituíram o noticiário das oito, das nove ou das dez nos nossos países. Elas só ganham importância quando as grandes redes, os grandes veículos de comunicação, colocam em pauta nos seus noticiários os temas debatidos nas redes sociais", afirmou.

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