DIPLOMACIABrasil-MéxicoDá-me gosto ver que prestigiados articulistas, como Marcelo de Paiva Abreu, comentam algumas de minhas reflexões, recentes e não tanto, sobre as respectivas posições no mundo do México e do Brasil (Protecionismo e uvas verdes, 5/3, B2). Preferiria, no entanto, que tanto eles como o próprio Ministério de Relações Exteriores do Brasil lessem com cuidado os meus artigos no idioma original em que foram escritos e publicados, se é que lhes causam tanto interesse. A propósito de um artigo publicado, entre outros, no jornal The Korea Times, e ao qual se refere o sr. Marcelo, permito-me citar o texto exato em questão: "When the United Nations voted for what was known as partition and created the state of Israel 64 years ago, subsequently granting it full membership, several Latin American countries – Brazil, El Salvador, Argentina, Colombia, Chile, Honduras – abstained, or, in the case of Cuba, voted against the relevant resolutions. Mexico abstained on partition, though it voted in favor of admitting Israel to the U.N.(…)". Como qualquer leitor minimamente versado no idioma inglês poderá compreender, a enumeração de países refere-se a uma ou às duas resoluções. O Brasil votou a favor da criação do Estado de Israel, mas se absteve na admissão de Israel na ONU. O México, em contrapartida, absteve-se sobre a criação desse Estado, mas votou a favor da admissão de Israel na ONU. Nada disso altera o teor do meu último artigo, que provocou a reação do sr. Marcelo. O México cresceu mais que o Brasil em 2011 e o fará de novo em 2012, e a maior competitividade da indústria automobilística no México, exemplo a que não fiz referência em meu artigo no jornal El País, fica demonstrada pelo propósito brasileiro, criticado pelo sr. Marcelo, de renegociar o ACE 55.